Fonte: Pitalev Iliva/ RIA NOVOSTI/AFP
Segundo o site do IBGE
(Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) o índice revela que 61,1% das pessoas do País com 15
anos ou mais e com algum tipo de deficiência não tem instrução ou possui apenas
o ensino fundamental incompleto.
Do total de pessoas, 7,5% das crianças com idade entre
zero e 14 anos tem pelo menos um tipo de deficiência. E pensar no fato de
que essas mesmas crianças podem estar fazendo parte da estatística de
analfabetismo nos põe a pensar e nos faz tentar entender um pouco da realidade
desses futuros jovens, que assim como eu e você são o futuro do nosso pais. É
triste saber que a realidade de inclusão ainda não se faz 100 % realidade no
meio social em que vivemos saber que uma determinada empresa demite seu
funcionário de inclusão por não conseguir conviver com a maneira penosa em que
ele realiza seu trabalho, nos mostra que incluir vai muito além do que
disponibilizar um espaço físico, precisamos disponibilizar espaço primeiramente
em nossa mente e entender que uma pessoa de inclusão pode desempenhar seu
trabalho dentro da normalidade em que está acostumado a viver.
A
ciência tem evoluído numa velocidade surpreendente, o desenvolvimento de
materiais que podemos usufruir é enorme. Existem diversas opções, desde materiais
de última geração e tecnologia de ponta como um software que é capaz de fazer
uma releitura das palavras com áudio para as pessoas que possuem deficiência
auditiva, materiais desenvolvidos que podem ser manipulados com apenas uma
piscada de olhos ajudando aquelas pessoas que sofrem de algum tipo de paralisia,
claro que muitos desses materiais tem um custo elevadíssimo, mas em contra
partida existem aqueles materiais que foram desenvolvidos de uma maneira mais
“sucateada” permitindo acesso para as pessoas menos favorecidas. Um exemplo
interessante são os jogos que
podem auxiliar crianças com deficiência física. Por causa da dificuldade de
segurar o lápis, eles podem usar materiais adaptados e aprender a escrever com
jogos feitos de tampinhas e cartões plastificados. O material permite ainda
relacionar cores e quantidades.
O professor em sala de aula precisa ter um “tato” a
mais, precisa buscar maneiras de conhecer o seu aluno, primeiro precisa
entender como esse aluno convive, saber um pouco sobre o meio em que ele está
inserido, saber qual é a sua maior dificuldade, dessa forma o professor será
capaz de trazer ferramentas e auxiliar de uma maneira completa seu aluno.
Na escola Pequenos Aprendizes a professora
Emanoelli juntamente com a turma de 2ª Ano tem optado por uma aula dinâmica
fazendo uso de tablets em sala de aula buscando interagir com seus alunos que
possuem deficiência auditiva, disponibilizando jogos que auxiliam na
alfabetização.
O computador e o tablet
tem se mostrado um forte aliado para a alfabetização, através dessas
ferramentas podemos facilitar o aprendizado, traduzindo para o nosso aluno que
a alfabetização abre portas para o mundo. A tecnologia inclui, mostra durante o
aprendizado do dia a dia que a mudança de alguns hábitos pode sim tornar a
convivência um pouco mais leve, seja no seio familiar, no trabalho, com os
amigos, enfim, ela introduz todos de uma maneira igualitária.
A escolha pelo uso do
tablet se deu devido ao fácil acesso, por ter a opção de digitação e jogos que
podem facilitar o aprendizado das crianças que talvez só tenham acesso a essa
ferramenta na escola. A parte legal é que ela pode usar em todas as
disciplinas, usando as letras, números, cores, capitais, regiões, enfim, pode
aplicar qualquer atividade.
A educação é um direito
de todos, saber ler e escrever é o mínimo que se pode oferecer dentro de uma
sala de aula, mas sabemos muito bem que nossa realidade não se encaixa muito
nisso.
O Brasil pode até cumprir metas de
alfabetização, mas esses números nunca vão representar a real situação da
exclusão educacional e do analfabetismo no país. Sempre por trás dos números
estão ocultas as atrocidades praticadas com a educação em relação aos seus
aspectos qualitativos. O qualitativo é sacrificado em prol do quantitativo para
se cumprir metas, para mostrar números aos organismos internacionais que
fornecem recursos para a melhoria da educação em países subdesenvolvidos como o
Brasil.
Hoje o professor tem um grande desafio,
ensinar com qualidade, e isso exige tempo, disposição, abnegação, vai além de
ensinar o ABC, trazer para sala de aula algo incomum, buscar alternativas que
caminhe lado a lodo com a necessidade exigida pelo aluno de inclusão.
Um computador com internet pode
substituir tranquilamente um professor que não exerça sua função pensando no
qualitativo, atingir grande quantidade é fácil, ensinar com amor e ter a
certeza que se o aluno for inserido em um meio profissional ele não terá medo
de dar o seu melhor que é o diferencial.
Hoje você não vai preparar o aluno
pensando a longo prazo, por que o mundo exige que as coisas aconteçam para o agora,
A necessidade de pessoas capacitadas com qualidade é grande, mas só
alcançaremos esse objetivo quando entendermos que a educação e alfabetização
vai além dos 45 minutos de aulas ministradas, vai da disposição do professor em
buscar atender o seu aluno de inclusão favorecendo o mesmo com milhares de
oportunidades diferenciadas de aprendizado.
|
Comentários
Postar um comentário